O senador Randolfe Rodrigues, que ocupou o posto de vice-presidente da CPI da Covid, classificou nesta quarta-feira 29 como “criminosa leniência” a postura do procurador-geral da República, Augusto Aras, após receber o relatório da comissão.
Randolfe reagiu a uma reportagem da revista Crusoé que relata uma suposta falha técnica nos sistemas do Senado responsável por atrasar o início da apuração pela PGR. O problema, diz o veículo, teria feito com que os anexos que embasam a denúncia não chegassem imediatamente a Aras.
“Se a fonte dessa informação é a PGR, eu recomendo que o Senhor Augusto Aras encontre outra desculpa para a sua criminosa leniência. Os documentos todos foram entregues no tempo hábil”, escreveu Randolfe nas redes sociais. “Informo ao Sr. Procurador Geral da República que aguardarei por sua presença no Senado Federal, na reabertura do ano legislativo, para que possa dar explicações sobre suas omissões.”
“Se a intenção do Sr. PGR fosse de fato a apuração e o encaminhamento das investigações, ele poderia ter oficiado diretamente a CPI, que entregaria prontamente os documentos que porventura estivessem faltantes. Porém, a opção é proteger Jair Bolsonaro dos crimes cometidos.”
Cabe à PGR o eventual oferecimento de denúncia contra pessoas com prerrogativa de foro mencionadas no relatório, como o presidente Jair Bolsonaro e ministros de Estado. Em outubro, a Procuradoria determinou a abertura de um processo preliminar para apurar os crimes imputados ao ex-capitão e a outros 12 políticos. Segundo a cúpula da comissão, entretanto, a atitude não é suficiente.