O processo REspe nº 0601154-72.2022.6.02.0000, relatado pelo ministro André Ramos Tavares no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reacendeu o debate político em Alagoas e colocou em risco o mandato do deputado federal Paulão (PT), único representante do governo Lula eleito no estado.
A decisão do TSE negou seguimento ao recurso interposto por João Victor Loureiro Pessoa Catunda, que havia tido suas contas de campanha de 2022 desaprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL). As irregularidades detectadas envolveram o uso indevido de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), ausência de registro de doações estimáveis, despesas não comprovadas e gastos irregulares com combustíveis.
Na prática, a manutenção da desaprovação abre caminho para a recontagem de votos, o que pode provocar mudanças na bancada alagoana na Câmara dos Deputados. Entre os possíveis atingidos está o deputado Paulão, cuja cadeira corre sério risco de ser retirada no chamado “tapetão”.
O que está em jogo
Se a recontagem for confirmada, Alagoas pode perder a representação de um dos parlamentares mais históricos da esquerda no estado. Paulão é reconhecido por sua trajetória de lutas em defesa dos trabalhadores, movimentos sociais e dos menos favorecidos. Sua eventual cassação significaria um duro golpe contra o único deputado federal do PT eleito em Alagoas.
Decisão próxima
Na próxima segunda-feira, o caso volta ao plenário da Justiça Eleitoral. Movimentos sociais e setores progressistas temem que a decisão judicial desconsidere a vontade popular expressa nas urnas em 2022, quando milhares de alagoanos confiaram seu voto ao projeto político representado por Paulão.
Resistência popular
A eventual retirada do mandato é vista como uma tentativa de fragilizar o campo democrático e reduzir a representatividade popular em Brasília. Lideranças políticas já alertam que a cassação seria equivalente a jogar “a vontade do povo alagoano na lata do lixo”.
📰 Fonte: Jornalismo News – redação própria