Pesquisa financiada pelo Governo de Alagoas contribui para prevenção e tratamento de diabetes

Laboratório de palmilhas 3D implantado na Casa Fecha Feridas visa reduzir amputações em até 50%

15/04/2025 17h53 - Atualizado há 15 horas
Pesquisa financiada pelo Governo de Alagoas contribui para prevenção e tratamento de diabetes
Processo de produção da palmilha foca na precisão e durabilidade

Geysa Miranda / Ascom Secti
 

Uma pesquisa inovadora, financiada pelo Governo de Alagoas, pretende contribuir para o tratamento de pacientes com diabetes no estado. A iniciativa utiliza impressoras 3D para produzir palmilhas personalizadas, com o objetivo de prevenir lesões nos pés diabéticos e, consequentemente, reduzir significativamente os índices de amputações.

 

O projeto já está em funcionamento na Casa Fecha Feridas Prof. Isaac Soares de Lima, recentemente inaugurada no bairro do Trapiche, em Maceió. O espaço, vinculado à Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), representa um marco no atendimento de saúde no estado, ao integrar ensino, pesquisa, extensão e assistência.

 Segundo o coordenador da unidade, o médico angiologista e cirurgião vascular Guilherme Pitta, a meta é reduzir em 50% o número de amputações relacionadas ao diabetes, especialmente na capital. “O pé diabético apresenta deformidades que causam pressão irregular em certas áreas, resultando em ulcerações, geralmente nas calosidades ósseas. As palmilhas 3D redistribuem essa pressão, protegendo os pontos sensíveis e evitando o surgimento de feridas. Com isso, esperamos diminuir os casos de amputações”, explicou Pitta.

 

De acordo com o médico, cerca de cinco mil pacientes em Alagoas convivem com feridas provocadas pelo pé diabético — um quadro clínico grave que, se não tratado adequadamente, pode levar à morte.

 

A estrutura da Casa Fecha Feridas é composta por laboratório de palmilhas 3D, sala de Telessaúde, setor de curativos e procedimentos, dois consultórios (podólogo e vascular) e uma câmara hiperbárica. A unidade tem capacidade para realizar cerca de 200 consultas e 400 curativos mensais, além da produção média de 50 palmilhas.

Responsável pela confecção das palmilhas, o fisioterapeuta e pesquisador André Jarsen destaca que o processo de produção leva, em média, 24 horas, garantindo precisão e maior durabilidade. “No primeiro atendimento, avaliamos os pacientes diabéticos mesmo sem feridas visíveis. Utilizando sensores, conseguimos identificar pontos de pressão que podem evoluir para calosidades e, eventualmente, úlceras. A impressão das palmilhas é um processo minucioso, que leva cerca de um dia, e nossa meta é produzir dez por semana”, detalhou.

 

Para pacientes como Marilúcia Costa Lima, atendida pela unidade, o projeto representa uma nova chance de recuperação. “Tenho uma ferida há 10 anos e já perdi um dedo do pé. Sem o atendimento oferecido pelo Estado, eu não teria esperança de melhora. Agora, com essa nova tecnologia, volto a acreditar na possibilidade de cura”, relatou.

O secretário da Ciência, da Tecnologia e da Inovação de Alagoas, Sílvio Bulhões, destaca que iniciativas como essa reforçam o papel estratégico da ciência aplicada para transformar realidades e salvar vidas. “Essa ação é um exemplo concreto de como o investimento em pesquisa pode ter impacto direto na vida das pessoas. O laboratório de palmilhas 3D é resultado de um esforço conjunto entre governo, universidade e profissionais da saúde, mostrando que ciência e inovação estão a serviço da população”, afirmou o secretário.

 

A Casa Fecha Feridas funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h, na Rua Aminadab Valente, 159, bairro Trapiche da Barra.

 

Sobre o Programa de financiamento

 

 

O Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS) é uma iniciativa do Ministério da Saúde, desenvolvida em parceria com as redes estaduais e municipais de saúde. Em Alagoas, o programa entra em sua oitava edição em 2025, com financiamento federal e apoio do Governo Estadual, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).


FONTE: Governo de Alagoas
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