Aumento de Casos da Doença do Beijo Preocupa Especialistas Antes do Carnaval
A doença pode ser confundida com outras infecções, como gripe, Covid-19 e até sífilis, o que torna essencial a busca por atendimento médico ao primeiro sinal dos sintomas
Jornalista Raudrin de Lima
21/02/2025 18h57 - Atualizado há 2 semanas
Com a proximidade do Carnaval, médicos e especialistas em saúde alertam para o crescimento preocupante dos casos de mononucleose em Salvador e em outras localidades. Conhecida popularmente como a "doença do beijo", a mononucleose é causada pelo vírus Epstein-Barr e tem como principais sintomas febre persistente, dor de garganta intensa, mal-estar, dores no corpo e gânglios linfáticos aumentados no pescoço.
Sintomas e Diagnóstico
A doença pode ser confundida com outras infecções, como gripe, Covid-19 e até sífilis, o que torna essencial a busca por atendimento médico ao primeiro sinal dos sintomas. Segundo a infectologista Clarissa Cerqueira, a febre é um dos sintomas mais comuns e pode durar de 10 a 15 dias, chegando até um mês em alguns casos. Além disso, manchas pelo corpo e dor abdominal podem surgir como manifestações da infecção.
A médica ressalta que, devido à similaridade com outras doenças infecciosas, exames laboratoriais podem ser necessários para confirmar o diagnóstico. A mononucleose, apesar de não ser considerada uma enfermidade grave, pode levar a complicações caso não seja devidamente monitorada. Pacientes com baixa imunidade podem enfrentar quadros mais severos, como inflamação no fígado e ruptura do baço, exigindo cuidados médicos mais rigorosos.
Transmissão e Prevenção
Embora a doença seja amplamente associada ao beijo, especialistas reforçam que a transmissão ocorre também pelo contato com gotículas respiratórias, como tosse, espirro e até a fala. O compartilhamento de copos, canudos e talheres também pode facilitar a disseminação do vírus.
Com o aumento das aglomerações durante o período carnavalesco, os especialistas reforçam a necessidade de medidas preventivas, como evitar o compartilhamento de objetos pessoais, manter a higienização adequada das mãos e evitar o contato próximo com pessoas infectadas. O uso de máscaras em locais fechados pode ser uma alternativa para reduzir a exposição ao vírus.
Além disso, é recomendável manter um sistema imunológico fortalecido por meio de uma alimentação equilibrada, hidratação adequada e noites bem dormidas, pois um organismo mais forte pode reagir melhor ao vírus e reduzir a intensidade dos sintomas.
Tratamento e Recuperação
Atualmente, não há um tratamento específico para a mononucleose. A infecção costuma debilitar o organismo por até duas semanas, sendo necessário o uso de medicamentos para alívio dos sintomas. Os médicos geralmente recomendam analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios para controlar o desconforto.
A recuperação exige repouso e boa hidratação, evitando atividades físicas intensas durante o período de infecção. Em alguns casos, o fígado e o baço podem ser afetados, tornando essencial o acompanhamento médico para prevenir complicações. Em quadros mais graves, pode ser necessário afastamento de atividades rotineiras até que o organismo esteja completamente recuperado.
A doença não é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), pois pode ser adquirida por diversos meios, como o contato com superfícies contaminadas e o compartilhamento de objetos pessoais.
Alerta Para o Carnaval
Diante do aumento dos casos, especialistas reforçam a necessidade de conscientização da população, especialmente durante as festividades de Carnaval, quando o risco de disseminação da doença se torna maior. A recomendação é estar atento aos sintomas, evitar contato próximo com pessoas infectadas e buscar atendimento médico caso apresente sinais da infecção.
A preocupação com a disseminação da mononucleose se soma aos demais desafios sanitários enfrentados durante grandes eventos, como o Carnaval. Autoridades de saúde recomendam que foliões mantenham hábitos higiênicos adequados e evitem aglomerações em locais fechados sempre que possível.
Com a chegada da folia, a precaução se torna essencial para evitar a propagação da mononucleose e garantir um Carnaval seguro para todos. A conscientização da população e a adoção de medidas preventivas podem ajudar a minimizar o impacto da doença e preservar a saúde dos foliões.