O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu 48 horas para que o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), detalhem as soluções adotadas por forças de segurança para conter atos de vandalismo cometidos por bolsonaristas em Brasília (DF), nessa segunda-feira (12). Pelo menos oito veículos (carros e ônibus) foram incendiados.
De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, publicada nesta quarta-feira (14), o ministro disse que os participantes dos atos fizeram manifestações com o intuito de abolir o "Estado democrático de Direito, pleiteando um golpe militar e o retorno da ditadura". Moraes reforçou que os bolsonaristas fizeram protestos com "violência e grave ameaça às pessoas".
A decisão do juiz do Supremo foi uma resposta a uma manifestação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que pediu investigação sobre os atos. Bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília. Eles usaram pedaços de pau e quebraram alguns carros depois de que Moraes determinou a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Moraes, os fatos noticiados por Randolfe aconteceram "no contexto dos atos antidemocráticos, nos quais grupos financiados por empresários (a serem identificados) insatisfeitos com o legítimo resultado do pleito" passaram a "bloquear o tráfego em diversas rodovias do país e a abusar do direito de reunião nos arredores de quartéis militares".
O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, destacou a necessidade de punição contra os bolsonaristas.
O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), também fizeram críticas aos bolsonaristas.
O atual ministro da Justiça disse no Twitter que "tudo será apurado e esclarecido". "Situação normalizando no momento".
Na última segunda, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), teria dito que o seu governo deu ordem para a polícia prender manifestantes identificados como responsáveis por atos de vandalismo.