A aprovação do “pacote do veneno” na Câmara dos Deputados foi, segundo o deputado federal Paulão (PT-AL), um atentado a saúde do povo brasileiro.
Disse ele que o projeto é tão destrutivo para a saúde, que os defensores do veneno mudaram até o termo “agrotóxico” para “pesticida”, exatamente para não chamar demais a atenção para a política do veneno na agricultura brasileira.
A iniciativa do projeto foi da bancada ruralista junto com a base de apoio do governo Jair Bolsonaro. “Nós votamos contra por que entendemos que com essa aprovação os alimentos a serem consumidos pelos brasileiros, a partir de agora, estarão impregnados por agrotóxico de toda ordem, sem qualquer tipo de fiscalização”, declarou Paulão.
De acordo com o deputado, a aprovação do projeto, na prática, significa colocar mais veneno no prato de comida das famílias brasileiras. São agrotóxicos que causam câncer e provocam distúrbios os mais diversos no organismo humano. Infelizmente, os deputados seduzidos pelo governo Bolsonaro não se interessaram em discutir a saúde da nossa gente. Isso é muito grave”, acrescentou.
Paulão lembrou que com esse projeto aprovado e que terá a sanção do presidente Bolsonaro, o Brasil abrirá as portas para a entrada de venenos que estavam proibidos em outros países. Destacou ainda que o governo Bolsonaro tem batido recordes sequenciais de liberação de agrotóxicos para utilização nas lavouras. Somente no ano passado, por exemplo, houve autorização para 585 novos produtos, segundo dados do Ministério da Agricultura. Em 2020, foram 493, enquanto em 2019 os ruralistas obtiveram aval para 475 substâncias dessa natureza.
Para o deputado esse é o estouro de uma boiada que terá consequências muitos graves para as várias gerações do País. “Esse é mais um momento triste que toma conta do cenário nacional. Extremamente lamentável”, disse.
Na bancada de Alagoas, só Paulão e a deputada Tereza Nelma votaram contra o “pacote do veneno” liberado pela Câmara dos Deputados.