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Veja quem são Jorge Messias e Rodrigo Pacheco, favoritos para a vaga aberta no STF

Advogado-geral da União e ex-presidente do Congresso são os mais cotados para o lugar do ministro Luís Roberto Barroso. Messias é próximo do PT e evangélico; Pacheco tem mais apoio do mundo político.

16/10/2025 02h35 - Atualizado há 16 horas
Veja quem são Jorge Messias e Rodrigo Pacheco, favoritos para a vaga aberta no STF
Jorge Messias e Rodrigo Pacheco Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Edilson Rodrigues/Agência Senado

A vaga para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, tem dois nomes como favoritos nos bastidores de Brasília: o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o senador e ex-presidente do Congresso Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Eles têm perfis diferentes e são apoiados por correntes distintas da política. A indicação cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e depois tem que ser aprovada pelo Senado.

O desafio de Lula é escolher um nome por quem sinta confiança dentro do STF — uma vez que a Corte tem sido cada vez mais decisiva na vida nacional — e, ao mesmo tempo, não desagrade ao Congresso e ao mundo jurídico.

Como têm dito interlocutores do presidente, um nome fraco pode queimar pontes entre o Palácio do Planalto e os demais poderes da República, ou até mesmo ser rejeitado no Senado.

A Constituição só manda que o escolhido tenha “notável saber jurídico” e reputação ilibada, além de ter mais de 35 anos e menos de 70.

Conheça detalhes dos perfis:

Jorge Messias

Messias, de 45 anos, é de confiança de Lula e do PT. Fez carreira ligado ao partido e, dentro do governo, é visto como hábil conhecedor das leis e do mundo jurídico.

Ele é advogado-geral da União desde 2023, quando o presidente iniciou o novo mandato. Desde então, tem atuação considerada sólida na defesa dos interesses do governo junto à Justiça.

Conta a seu favor também o fato de ser evangélico, o que poderia dar força para o governo nesse segmento da população, que tende mais à ala conservadora da política.

No entanto, Messias não conta com tanta simpatia dentro do Congresso — especialmente no Senado — nem entre ministros do STF, que preferem um nome mais forte, com mais influência na política.

Em 2015, era subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência da República do governo de Dilma Rousseff.

Na ocasião, foi citado pela então presidente em uma conversa por telefone com Lula. No áudio, a qualidade da gravação faz parecer que Dilma está chamando Messias de “Bessias”.

Rodrigo Pacheco

Político e empresário, construiu sua influência no Senado após comandar a casa entre 2021 e 2024.

Quando ganhou a primeira eleição para presidente do Senado, sucedeu o então ex-presidente Davi Alcolumbre (União-AP), de quem se tornou próximo e de quem contou com o apoio para conquistar votos.

Alcolumbre é novamente o presidente do Congresso e um dos principais cabos partidários de Pacheco para o STF. Além disso, Lula conta com Alcolumbre para ter apoio de setores do União Brasil ao governo, uma vez que não é possível no momento ter o partido inteiro ao seu lado.

Pacheco, de 48 anos, presidiu o Congresso em dois momentos marcantes para a história do país: durante o início e auge da pandemia de Covid-19 e durante as tentativas de golpe de Estado do grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A postura de Pacheco, de não aceitar as investidas negacionistas e golpistas, o colocou em descrédito com bolsonaristas, mas o aproximou de Lula, apesar das diferenças políticas e ideológicas.

Lula quer também apoio do PSD, partido de Pacheco, para as eleições de 2026. Se não der para ser o partido inteiro, que sejam alas. Por isso, o presidente cogitava impulsionar a campanha de Pacheco para o governo de Minas Gerais no ano que vem. A aposentadoria antecipada de Barroso pode mudar os planos.

Pacheco é visto com bons olhos no Senado e no Supremo.

Pontos fortes e desvantagens de cada um

O que pesa a favor de Jorge Messias:

➡️ É muito próximo do presidente Lula e conta com a confiança pessoal dele.

➡️ Se o presidente mantiver o critério que usou nas indicações de Cristiano Zanin e Flávio Dino — o da lealdade e confiança direta —, Messias sai na frente.

 

➡️ É evangélico, o que pode ajudar a quebrar resistências de alas mais conservadoras do Senado na sabatina.

O que pesa a favor de Rodrigo Pacheco:

➡️ Tem o apoio de Davi Alcolumbre, aliado influente do Planalto e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado — justamente quem conduz a sabatina.

➡️ Também é defendido por ministros do Supremo próximos ao governo, como Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e o próprio Zanin.

➡️ Já sinalizou publicamente que aceitaria a indicação “com muita honra”.

➡️ Como é senador, sua aprovação no plenário seria mais fácil e rápida.


FONTE: G1
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