O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que reunirá o partido no final da manhã desta terça-feira (4) para anunciar o caminho que a sigla tomará no segundo turno da eleição. Ele defende o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lupi afirmou que conversou com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, nesta segunda (3) e que sugeriu a ela que os petistas incorporem três propostas de Ciro Gomes (PDT): o programa que prevê zerar dívidas do SPC, o plano de renda mínima e um projeto de educação em tempo integral.
"Hoje eu falei com Gleisi, e disse que ela tinha que dar alguma sinalização que querem o nosso apoio. Assim que derem a sinalização, facilita a minha posição e a do Ciro. E ela disse há pouco, pelo WhatsApp, que já aceitou [as propostas]", afirmou Lupi.
Em pronunciamento no início desta noite, Gleisi disse que chamou Lupi para uma conversa e sinalizou que deseja o apoio de Ciro. Ela não mencionou as propostas.
O presidente do PDT afirmou que agendará para esta terça um encontro da Executiva partidária e espera que Ciro Gomes endosse a posição da legenda. Ciro participará virtualmente.
"Acho que ele vai seguir a orientação do partido, criou uma relação com o partido muito forte, comigo mais ainda. Acho muito difícil ele não acompanhar a orientação do partido", continuou Lupi.
Após terminar o primeiro turno em quarto lugar, Ciro adiou por "algumas horas" o anúncio sobre seu posicionamento para o segundo turno.
"Nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação", disse ele na noite de domingo (2), após a divulgação do resultado do pleito.
"Por isso, peço a vocês mais algumas horas para conversar com meus amigos, conversar com meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho, o melhor equilíbrio para bem servir a nação brasileira", continuou o candidato, que teve cerca de 3,5 milhões de votos, ou 3% do total.
Segundo interlocutores, um eventual apoio de Ciro não é impossível, mesmo que, na campanha presidencial, o pedetista tenha equiparado Lula a Bolsonaro em vários momentos. Nas últimas semanas, os ataques do então presidenciável se concentraram no PT em resposta à ofensiva pelo voto útil lançada pela equipe do ex-presidente.
No entanto, aliados do pedetista veem um cenário distinto do de 2018, quando o PDT anunciou um "apoio crítico" ao petista Fernando Haddad contra Bolsonaro. Ciro, na época, disse que Lupi havia falado por ele e pelo conjunto do PDT.
Desta vez, no entanto, a força do bolsonarismo no país teria alarmado Ciro. Ao adiar decisão sobre segundo turno na noite de domingo, o pedetista afirmou não ter visto "uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação".
"Por isso, peço a vocês mais algumas horas para conversar com meus amigos, conversar com meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho, o melhor equilíbrio para bem servir a nação brasileira", continuou o candidato, que teve cerca de 3,5 milhões de votos, ou 3% do total.
Diante desse cenário, aliados de Ciro dizem não haver espaço para apoio crítico nesta eleição, o que levaria o pedetista a apoiar a candidatura de Lula no segundo turno.
Ciro terminou a corrida com 3,04% dos votos, atrás de Simone Tebet (MDB), que teve 4,16%. Neste domingo (2), com 99,99% das urnas apuradas, Lula recebeu 48,43% dos votos válidos e o atual chefe do Executivo, 43,20%. Ambos vão disputar o segundo turno.