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Após receber título de Doutora Honoris Causa da UFAL, Mãe Mirian sofre ameaças: Alagoas exige resposta firme contra intolerância religiosa

O título concedido pela UFAL, uma das maiores honrarias acadêmicas

Jornalista e Advogado Raudrin de Lima
05/09/2025 23h11 - Atualizado há 1 semana

A líder religiosa Mãe Mirian, uma das mais respeitadas autoridades do Candomblé em Alagoas, foi alvo de ameaças covardes logo após receber da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) o título de Doutora Honoris Causa. O episódio acende um alerta urgente sobre a intolerância religiosa no estado e expõe a necessidade de uma reação firme por parte dos poderes constituídos para garantir a proteção da vida, da liberdade de culto e da diversidade cultural.

 

 

 

 

A Trajetória de Mãe Mirian e o Reconhecimento da UFAL

 

 

Com décadas de dedicação ao Candomblé, Mãe Mirian é uma referência na preservação da ancestralidade africana e no fortalecimento das tradições religiosas de matriz africana em Alagoas. Seu trabalho transcende os terreiros: ela promove educação, cultura, acolhimento social e o combate ao preconceito.

O título concedido pela UFAL, uma das maiores honrarias acadêmicas, reconhece essa contribuição histórica, colocando Mãe Mirian como símbolo de resistência, sabedoria e representatividade.

 

 

 

 

As Ameaças e a Reação da Sociedade

 

 

Logo após o anúncio da honraria, Mãe Mirian começou a receber mensagens de ódio e intimidações. A situação trouxe indignação à comunidade acadêmica, às lideranças religiosas, aos movimentos sociais e aos defensores dos direitos humanos.

Em um estado que carrega o legado histórico da luta pela liberdade — a terra de Zumbi dos Palmares, símbolo máximo da resistência contra a opressão —, não se pode permitir que a intolerância religiosa encontre espaço para se propagar.

 

 

 

 

Intolerância Religiosa: Um Crime Silencioso e Persistente

 

 

Casos de perseguição a religiões de matriz africana não são novos em Alagoas. No século passado, a ialorixá Tia Marcelina foi alvo de discriminação e violência, marcando um capítulo doloroso na história da cultura afro-brasileira.

Reverenciar a memória de líderes como Tia Marcelina e Mãe Mirian é romper com esse ciclo de opressão e reafirmar que fé, tradição e diversidade devem ser respeitadas.

 

 

 

 

O Papel dos Poderes Constituídos

 

 

Agora, mais do que nunca, espera-se uma resposta firme das autoridades:

 

  • Ministério Público, Polícia Civil e Governo do Estado devem investigar e punir os responsáveis pelas ameaças.
  • A Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal precisam debater políticas públicas que garantam segurança aos líderes religiosos.
  • A UFAL e demais instituições culturais devem seguir promovendo ações de valorização da pluralidade religiosa.

 

 

Na terra de Zumbi, não pode haver espaço para ódio, intolerância e silenciamento.

 

 

 

 

Conclusão

 

 

O ataque à Mãe Mirian não é apenas pessoal: é um ataque à cultura, à história, à liberdade e à diversidade religiosa do povo alagoano. É hora de transformar indignação em ação.

A sociedade civil, os poderes públicos e os movimentos sociais precisam se unir para assegurar que nenhuma outra Mãe de Santo, nenhum outro líder religioso seja ameaçado por professar sua fé.

 

FONTE: Jornalismo News
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